Decorreu no passado dia 17 de janeiro, no edifício da junta de Freguesia de Ancede, uma sessão de esclarecimento sobre o projeto de reabilitação e valorização do rio Ovil.
A obra arrancou esta quinta-feira, estendendo-se esta primeira fase entre a Ponte Nova (Ancede) e a foz do Ovil (Ribadouro), e foi adjudicada pelo valor de 157 mil euros, financiados pela Agência Portuguesa do Ambiente e pela Câmara Municipal de Baião.
Na sessão estiveram presentes os vereadores da Câmara Municipal de Baião, José Lima e Henrique Ribeiro, o presidente da União de Freguesias de Ancede e Ribadouro, Daniel Guedes e o autor do projeto e conhecido especialista Pedro Teiga.
Foram debatidos assuntos relacionados com a criação de um percurso pedonal ao longo do rio Ovil, contemplando a beneficiação de caminhos existentes entre a Ponte Nova e a foz do rio e prevendo-se a criação de passadiços onde se justifique.
Pretende-se criar um “corredor ecológico” que seja um local de fruição da natureza, de sensibilização e educação ambiental, ao longo de um percurso que possui uma grande riqueza ao nível de espécies autóctones em termos de fauna e de flora.
A obra obedecerá, ainda, a uma abordagem de desenvolvimento sustentável, recorrendo a técnicas de engenharia natural.
Tanto os técnicos municipais como a empresa de construção já receberam formação especializada no sentido de poderem acompanhar as características próprias desta obra que visa ter um reduzido impacto ambiental.
PERCURSO DE GRANDE BELEZA E VALOR AMBIENTAL
Para o vereador dos assuntos económicos da Câmara Municipal de Baião, José Lima, “Este projeto vai valorizar ainda mais o nosso território. Esta nova estrutura irá converter-se num lugar de lazer e contribuirá para a sensibilização e educação ambiental dos utilizadores”, referiu.
Relativamente a Daniel Guedes, este mostrou-se satisfeito com o arranque das obras: “É um desejo e uma pretensão da freguesia com vários anos. O percurso que irá ser beneficiado possui uma grande riqueza ao nível das espécies autóctones em termos de fauna e flora. Agora é necessário criar dinâmicas para trazer turistas e alunos para visitarem este local”.
Pedro Teiga, autor do projeto, focou-se mais nos aspetos técnicos e explicou que “a obra prevê a realização de trabalhos de consolidação das margens, corte e limpeza da vegetação, contenção de vegetação exótica e invasora e remoção de entulhos. Serão beneficiados caminhos existentes, através da aplicação de pavimentos resistentes, prevendo-se também a instalação de mobiliário urbano em madeira e a construção de valetas para o encaminhamento de águas nos locais onde se verifique essa necessidade. No fundo será feita a reabilitação e valorização do rio, numa estratégia de desenvolvimento sustentável e recorrendo a técnicas de engenharia natural”.
PROJETO EM VÁRIAS FASES
A primeira fase da criação do percurso pedonal ao longo do rio Ovil tem a extensão aproximada de 2 quilómetros e meio entre a Ponte Nova (Ancede) e a foz do Ovil (Ribadouro).
No futuro este percurso irá ter mais fases, encontrando-se já em preparação de candidatura a financiamento a extensão entre Outoreça (Ovil) e Várzea (Campelo).
BAIÃO – DESTINO TURÍSTICO SUSTENTÁVEL
Este projeto enquadra-se no processo de certificação de Baião como destino turístico sustentável, uma certificação reconhecida e validada pela organização internacional Global Sustainable Tourism Council (GSTC).
Baião é o concelho “mais verde” do distrito do Porto com 68 por cento do seu território coberto por áreas verdes e floresta.
O processo de certificação como destino turístico sustentável foi iniciado em 2018 e resulta de um intenso trabalho de recolha e análise de informação referente a três anos, tendo culminado com uma auditoria feita pela entidade internacional EarthCheck, uma Organização Não Governamental de referência na área.