O remodelado Auditório Municipal de Baião recebeu, em condição de teste ao seu funcionamento, no dia 25 de maio, uma Conferência Internacional intitulada “A Sustentabilidade na Diferenciação e Valorização dos Territórios”, com o objetivo de promover a troca de ideias e experiências relacionadas com a sustentabilidade dos territórios e a preservação dos mesmos.
Baião, o primeiro município português classificado como “Destino Turístico Sustentável”, organizou este encontro, que teve três painéis com oradores das mais diversas áreas, como o turismo, a cultura, a ecologia e o desenvolvimento local e regional, e que contou com a presença de muito público interessado.
VALORIZAÇÃO DOS ATIVOS NATURAIS E AMBIENTAIS COMO DÍNAMO DA ATIVIDADE TURÍSTICA
A abertura da sessão esteve a cargo da vereadora do Turismo, Anabela Cardoso. O enceramento dos trabalhos coube ao presidente da Câmara Municipal de Baião, Paulo Pereira, que começou por agradecer a presença de todos e referiu que “há muitos anos que Baião se tem vindo a assumir como um município que aposta na preservação e valorização dos seus ativos naturais e ambientais como dínamo da atividade turística.
Baião concluiu um ambicioso projeto de certificação de destino turístico sustentável, conduzido por uma entidade líder a nível mundial – a EarthCheck – e validada pelo Conselho Global para o Turismo Sustentável (GSTC)”.
Foram três anos de trabalho árduo e de uma aprendizagem intensa e profícua. Para nós, município de Baião, este não é o culminar de um processo. Antes se constitui como um importante passo para patamares crescentes de exigência.
Em Baião – um território dito de ‘baixa densidade’, com uma enorme mancha florestal e uma orografia desafiante -, há vários anos que abraçámos com convicção a necessidade de protegermos o território e, desta forma, o planeta.”
PAINÉIS DIVERSIFICADOS DEBATERAM SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL, CULTURAL, SOCIAL E ECONÓMICA
Paula Nunes da Silva, apresentadora dos programas “Planeta Verde” do Porto Canal e “Minuto Verde”, da RTP, conduziu os trabalhos.
A primeira conversa, moderada por Lino Tavares Dias, teve como temática a “Sustentabilidade, Cultura e Responsabilidade Social”, e teve as intervenções de António Ponte (Diretor do Museu Nacional Soares dos Reis), Ivone Abreu (Membro do Conselho de Administração da Fundação Eça de Queiroz), Paulo Monteiro (Diretor da Glorybox – Gestão Integrada do Património Cultural) e Pedro Fontoura (responsável da área de sustentabilidade da EDP Comercial).
Foi unânime entre os intervenientes que “a Cultura e a Responsabilidade Social não podem ser dissociadas do conceito de sustentabilidade, uma vez que o património cultural está intrinsecamente ligado às raízes e memórias das comunidades, cuja herança importa preservar para a identidade social das gerações futuras.”
Seguiu-se o painel “Mudar de paradigma: uma visão holística da sustentabilidade ambiental”, moderado por Telmo Pinto (Secretário Executivo da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa), com intervenções de Joaquim Ribeiro (Sócio-Gerente da JASE Hotels & Resorts), João Honrado (Investigador do CIBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos), Pedro Teiga (Especialista em Reabilitação de Rios) e Daniel Frey (Auditor e CEO da empresa de consultoria em sustentabilidade Green Growth).
Este painel, por sua vez, referiu a importância de se tratar o conceito de sustentabilidade como algo a ser trabalhado de forma transversal, através da conservação e gestão equilibrada e sustentada dos recursos naturais e ecossistemas, com as empresas e comunidades a serem chamadas a contribuir para este desígnio.
A conferência encerrou com as intervenções de Rui Mendes (Coordenador do Projeto de Destino Turístico Sustentável de Baião), Manoel Batista (Presidente da Câmara Municipal de Melgaço), Carolina Mendonça (Coordenadora da Estrutura de Gestão de Sustentabilidade do Destino Açores), Anna-Lena Wallin (Gestora do projeto de destino sustentável de Järvsö – Suécia), Luigi Cabrini (Presidente GSTC) e Pau Pitarch (Representante da Earthcheck para o Sul da Europa e América Central).
Este painel debateu as experiências vividas por cada um dos territórios certificados, assim como permitiu aos responsáveis da EarthCheck, e do GSTC, esclarecerem os presentes sobre as particularidades deste processo e de que forma se faz sentir a intervenção destas entidades no que diz respeito à certificação e escrutínio dos territórios denominados de sustentáveis.
