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Secretário de Estado das Florestas visitou Baião para conhecer projetos de gestão e sustentabilidade florestal

O Secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira, deslocou-se ao concelho de Baião, no dia 25 de março, para acompanhar os trabalhos em curso no âmbito do ordenamento, gestão e defesa da floresta.

A visita incluiu a observação da execução da Rede Primária de Faixas de Gestão de Combustível na serra do Marão, um projeto essencial para a prevenção de incêndios, que abrange também o concelho vizinho de Amarante.

Posteriormente, Rui Ladeira dirigiu-se à serra da Aboboreira, onde avaliou diversas iniciativas implementadas pelo município de Baião para promover a sustentabilidade ambiental e florestal, mais concretamente a rearborização que está a ser efetuada nesta serra, nos terrenos adquiridos recentemente pelo município.

Durante o encontro, o presidente da Câmara de Baião, Paulo Pereira, apresentou as iniciativas já implementadas e os projetos que se encontram em fase de execução.

Entre as ações, destacam-se a aquisição de terrenos para reflorestação, a criação de uma zona de intervenção florestal (ZIF) e o investimento na requalificação das infraestruturas locais.

Com um olhar estratégico voltado para o futuro, o autarca sublinhou que, além da regeneração das áreas afetadas, o município aposta na transformação da floresta num recurso gerador de receita, contribuindo para a valorização territorial e a promoção do turismo sustentável:

“Se não tivesse havido o incêndio, teria muito orgulho em apresentar este projeto de arborização como exemplo para a região e para o país. No entanto, mesmo perante estas adversidades, adquirimos mais terrenos para que possamos expandir efetivamente a área de reflorestação, demonstrando aos proprietários que a floresta pode ser vista como um recurso capaz de gerar receita e não apenas como um custo. A nova ZIF vem exatamente nesse sentido”.

O autarca referiu ainda que “estão em curso diversas iniciativas para garantir a sustentabilidade, olhando o futuro não apenas na perspetiva de regeneração do que foi perdido, mas também, por exemplo, no aproveitamento do mercado voluntário de carbono.”

“Essas iniciativas contribuem para a preservação ambiental e para a sustentabilidade, pois olhamos para as nossas serras e os nossos rios como um potencial a ser explorado, dentro daquilo que é a nossa estratégia de dinamização e de promoção territorial”, concluiu.

O Secretário de Estado das Florestas sublinhou a importância das ações desenvolvidas pelo município e destacou que os incêndios dos últimos anos evidenciaram a necessidade de uma gestão mais estratégica da paisagem:

“Temos de trabalhar na requalificação das áreas ardidas e, ao mesmo tempo, proteger as que ainda não foram afetadas. A prevenção é essencial para evitar tragédias futuras”, afirmou Rui Ladeira. 

O governante destacou também a necessidade de diversificar as florestas, tornando-as mais resilientes e adequadas às características do solo e do clima, pois “não podemos evitar completamente os incêndios, mas podemos garantir que sejam mais controláveis e que causem menos danos. Isso passa por um planeamento eficaz, pela plantação de espécies adequadas e pela valorização da floresta como um ativo económico, como está a ser feito aqui em Baião”, acrescentou. 

Além da reflorestação, Rui Ladeira apontou a importância de práticas complementares, como a pecuária e o pastoreio extensivo, para reduzir a carga de material combustível no território. Também mencionou a necessidade de reforçar infraestruturas, como caminhos florestais e pontos de água, para facilitar o combate a incêndios. 

A visita do Secretário de Estado reforça a colaboração entre o poder central e os municípios na implementação de estratégias de prevenção e valorização florestal, uma vez que “se queremos um território mais sustentável, temos de trabalhar em articulação constante com os municípios e em várias frentes, desde a valorização da propriedade e do setor florestal até ao envolvimento das populações na proteção da paisagem”, concluiu Rui Ladeira.

Neste encontro, marcaram ainda presença, a Diretora Regional do Norte do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Sandra Sarmento, o Coordenador Municipal de Proteção Civil de Baião, José Manuel Ribeiro, o Chefe de Núcleo Sub-Regional – Gestão de Fogos Rurais do ICNF, Paulo Bessa, bem como outros técnicos da Secretaria de Estado das Florestas, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e do Município de Baião.

Todos os envolvidos destacaram a importância de continuar a implementar estas iniciativas de forma contínua e integrada, visando assegurar que o território nacional se torne cada vez mais resiliente, sustentável e preparado para enfrentar os desafios futuros.  

AQUISIÇÃO DE TERRENOS PARA REFLORESTAÇÃO ICREMENTA RESILIÊNCIA

O Município de Baião adquiriu recentemente mais seis parcelas de terreno na serra da Aboboreira e na freguesia do Gôve (Tuaraz). Este último destina-se, também, à instalação de um novo ponto de água para combate aos incêndios, e nele serão, ainda, desenvolvidos dois projetos-piloto. Um deles de introdução da Giesta-piorneira (Genista florida L.), espécie tradicionalmente utilizada na cestaria artesanal de Frende.

A criação deste talhão experimental permitirá avaliar a viabilidade da produção local desta espécie, contribuindo para a valorização das tradições e do património cultural baionense. O outro, no domínio da silvo-pastorícia, permitirá integrar, de forma experimental, uma abordagem alternativa de gestão da vegetação, numa lógica de mosaico de parcelas de gestão de combustíveis em locais estratégicos, com aproveitamento da floresta nativa e a introdução de espécies autóctones de ovinos e caprinos.

No quadro da estratégia de Baião como Destino Sustentável”, está em fase final de projeto a criação de uma “Área Integrada de Gestão da Paisagem – AIGP” (versão atualizada do modelo ZIF) para dar resposta à necessidade de ordenamento e gestão da paisagem e de aumento de área florestal gerida a uma escala que promova a resiliência aos incêndios, a valorização do capital natural e a promoção da economia rural.

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